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a sua tag: "Marta Arrais"
No próximo ano, e em todos os que estiverem para vir depois, quero O sossego e a sabedoria que têm as mãos dos velhos quase no fim da vida, A alegria sem razão das crianças que brincam sempre sem saber porquê,
Queremos esquecer-nos que há mais mundo para além do nosso. Convém-nos acreditar que tudo aquilo que está ao nosso alcance é, exatamente, tudo aquilo que existe. Somos pouco corajosos e quase nunca nos atrevemos a ver o que está para além dos nossos muros.
Se houvesse um livro sobre as frases mais ditas (e repetidas!) de todo o sempre, seguramente existiria um capítulo intitulado: “qualquer um faria isso!”. Esta é outra daquelas premissas que estão enraizadas no vocabulário de cada um.
Lembro-me dos amigos que se contam pelos dedos de uma mão e pergunto-me por onde andarão todos os outros com quem troquei promessas de futuro e de para-sempres. Lembro-me do que ficou por dizer e parece-me oportuno devolver perdão em vez de sobrolhos franzidos e raivas de estimação.
Não conseguimos ser felizes pelos outros. É uma verdade pequenina. Que se entala entre muitas outras verdades maiores e com mais impacto na vida de cada um. No entanto, não deixa de ser uma verdade importante.
Vivemos reféns do que os outros pensam ou podem pensar de nós. Importamo-nos com o que vão dizer, com o que farão com aquilo que dissermos, com as meias verdades que vão compreender a partir das nossas palavras e gestos.
Falta-me o que nunca tive e tenho saudades do que nunca foi meu. Trago tesouros poisados dentro do peito mas não consigo pousar em lugar algum. A minha cabeça desenha castelos e árvores gordas mas o meu coração não tem casa nem sombra para sossegar.
Não digas nada. Fica quieto por um momento. Respira fundo. Não tenhas pressa nem medo. Não digas nada. Fica contigo o que havia para dizer. Respira fundo. Não esperes. Deixa-te ficar no meio daquilo que ainda não existe. Guarda tempo para gastar com coisa nenhuma. Guarda tempo para aprender a
Andamos à procura do que não existe e do que não foi sequer inventado. Não nos sobra tempo para grande coisa mas parece-nos, ainda assim, suficiente para procurar algo sem nome nem rosto que não sabemos definir muito bem.
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