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Nasceu em 1986. Possui mestrado em ensino de Inglês e Espanhol (FCSH-UNL). É professora. Faz diversas atividades de cariz voluntário com as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e com os Irmãos de S. João de Deus (em Portugal, Espanha e, mais recentemente, em Moçambique)
Precisamos de guardar tempo para o essencial e o mundo obriga-nos a ser produtivos a todo o instante; a não desligar as notificações; a não ignorar mais aquela mensagem ou e-mail.
Não nos está a ser fácil compreender estes recuos na pandemia. Parecia que estávamos um pouco mais a salvo há tão pouco tempo e, de repente, somos novamente cilindrados pelas notícias de uma nova variante, de novas restrições, de novas dúvidas e inquietações.
Às vezes, só precisamos de ouvir esta frase. Ou de a dizer como quem reza:
Quem quer escolher tudo, fazer tudo, abrir as portas a tudo pode arriscar-se a não fazer nada. Ou a não conseguir fazer tanto como poderia.
Preocupa-me a forma como nos comportamos em sociedade. A forma como gritamos impropérios, no trânsito, a alguém que nos ultrapassou, não fez pisca, passou por onde não devia, não nos cedeu a passagem. Preocupam-me as demasiadas vezes em que fui insultada com nomes e palavreado que faria corar os mai
Ainda temos a capacidade de (querer) perguntar aos outros como se sentem? Ainda conseguimos colocar-nos no lugar do outro e (tentar) perceber se podemos, de alguma forma, aliviar-lhes as dores ou incertezas que possam sentir?
Não sei se nos conhecemos assim tão bem. Se sabemos o que nos faz andar, o que nos faz recuar, o que nos faz abrandar ou perder o passo certo. Não sei se temos consciência do que nos faz arder o coração. Do que nos faz perder a paciência. Do que nos faz derreter a alma do lado de dentro.
Percebemos pouco de como a vida funciona. Às vezes parece-nos que as pessoas boas sofrem mais do que as más. Parece-nos que tudo é arbitrário. Que aquilo que fazemos não tem qualquer efeito neste mundo robotizado, e excessivamente tecnológico, em que vivemos.
A empatia está cada vez mais magra. Passa pelos pingos da chuva que ainda não chegou. Recua para não se fazer notar nem sentir. Não sei se a empatia seria a solução para todos os nossos problemas, mas, sem dúvida, podia estar lá bem perto.
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