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a sua tag: "Marta Arrais"
O Natal, este ano, chega-nos um tanto ao quanto esfarrapado. Marcado por feridas de multidões de pessoas. Marcado pela solidão de outras tantas. Assoberbado pelos nossos cansaços, desânimos, medos e suores frios.
Nem sempre conseguimos ter consciência da rapidez com que a vida passa por nós. Normalmente, só nos apercebemos da nossa finitude e da finitude dos nossos quando um de nós desaparece. Quando alguém nos desaparece. Quando nos dizem que alguém se ausentou deste mundo.
A promessa de várias vacinas possíveis veio trazer-nos uma esperança nova. Aquilo por que tanto rezámos e pedimos parece estar cada vez mais perto. Cada vez menos distante. Cada vez mais a um passo de ser verdade.
Que palavra forte e feia. Raiva. Não convém ter demasiado espaço interior para a raiva, não vá ela ganhar dentes e garras e ferir-nos a partir de dentro.
Apoderou-se de nós um desalento pegajoso. Uma espécie de desânimo conformado que pesa nas costas, nos ombros e no coração.
Não somos esperançosos o suficiente. Estamos a viver um tempo sem precedentes, e inegavelmente histórico, que nos cilindrou a todos. Mas sinto que estamos como que um pouco órfãos de esperança e, até, de algum otimismo. Ficamos ofendidos se nos surpreendem com conversas com notas de muita positivida
Fomos desafiados a reaprender a conviver e a mostrar carinho pelos que nos rodeiam. Quase que parece que deixámos de gostar uns dos outros.
Nem sempre conseguimos ter a capacidade para mostrar o melhor que temos e somos. Num momento de maior cansaço, de maior angústia, de maior sofrimento ou inquietação, não somos capazes de olhar para o mundo com ternura. De olhar para os outros com vontade de os ver realmente. Não somos capazes de esc
Não sabemos quanto tempo temos, ainda. Não sabemos quanto tempo nos sobra para olharmos nos olhos todos aqueles que nos fazem sorrir quando acordamos.
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